quinta-feira, 16 de agosto de 2012

John Byrne "steals The Thunder"!!!

John Byrne ilustra essa atroadora, retumbante página dupla do Deus do Trovão.

Raridade ( a maioria dos scans que eu vi desmembra a picture em duas páginas e não "monta" o painel duplo) e, adivinhem só, OMITIDA na edição nacional da história nos tempos da Abril.

Acho que ficaram com peninha pela exclusão da "supérflua" ilustração e a colocaram de fundo da sessão de cartas de um dos números seguintes e eu fiquei ANOS, décadas na verdade, me perguntando, de onde é que tiraram essa picture filé de Byrne, desenhando o Melenas Douradas tão bem assim...

Cortesia da galera aí

Comparemos com essas outras mais recentes aí

E não creio que seja só mera coincidência visual não

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Space Stallions e suas fontes insuspeitas

Projeto de graduação de conceituada curso de animação na Dinamarca, parece ter usado arte de quadrinhos da Wonder Woman de dois anos anterior.

Falando da animação em si, eu ri DEMAIS da mistura de Lensmen com Silverhawks e dos ecos thundercatianos na coisa. É anos oitenta até dizer chega, nostálgico ao ponto de ser doloroso olhar pro design de coisas como o Garanhão líder da equipe.

Clássico instantâneo. Recomendado só pela sheer gayness da coisa, despudoradamente datada com o carimbo eighties to a fault

<

E só pra vcs verem como eles vão longe nessa das referências, reparem na similaridade da base dos Star Stallions com a Novo Cronus e O Retorno de Donna Troy e Crise Infinita da DC. Invenção do Phil Jimenez, claro, que é hipereighties e hipergay.

Coincidência? Duvido

Também pertinente a comparação com o Hawk Haven, a base dos Silverhawks

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tolkien achava Duna "repugnante demais"

"too distasteful" foi o veredicto de JRRT

Entre cultuadores da ficção científica já se sabe que o livro do autor estadunidense goza de um status similar ao do Senhor dos Anéis entre os fãs de fantasia como referência criativa para gerações de leitores, cineastas e artistas que trabalham com o gênero. Fato explicitado na capa da edição portuguesa mais recente reproduzida acima: "O Senhor dos Anéis da ficção científica"

Mas qual seria a opinião do próprio JRRT, normalmente tão cativado pelo tratamento minucioso e elaborado dado ao background e construção "histórica" do mundo "subcriado", a realidade ficcional urdida pro livro ?

Na época da publicação britânica de Duna, pediram que Tolkien escrevesse uma nota apreciativa; ele declinou dizendo que "achava o livro repugnante demais".

Pode-se presumir que, para JRRT, era evidente demais a veia anti-católica do livro, com as analogias pouco sutis entre as bene gesserit e missionários jesuítas pro Novo Mundo, já que Frank Herbert, realmente, tinha uma agenda anti-ortodoxa e pró-ecumênica ao extremo, o que ia no sentido contrário às opiniões de Tolkien.

A mãe e as tias de Herbert eram jesuítas e ele tinha, portanto, uma verdadeira repulsa por doutrinação religiosa subliminar. Ele começou sendo criado no Catolicismo mas, já adulto, adotou o Zen Budismo.

Há que se levar em conta a noção de que as Bene Gesserit no universo de Herbert usam as crenças religiosas como forma de consolidar a dominação imperial sobre as populações nativas dos planetas o que é uma leitura pouco elogiosa, embora, grosso modo, antropologicamente correta,ainda que seja um enfoque "simplista", do papel desempenhado pelos jesuítas na América Latina. "Jesuítas-gesserit", sacaram a piadinha já no nome, né?

Uma das religiões que ele descreve no futuro de Duna, por exemplo, era produto de coalisão ecumênica que unificava católicos e protestantes com zen budistas e islamitas; o catolicismo zensunni seriauma versão zen budista do catolicismo combinado com islamismo sunita. Uma aberração sincrética espúria na concepção de Tolkien, sem dúvida.

O próprio Frank Herbert escancarou a coisa no As Herdeiras de Duna...

— Você está jogando o problema de volta para mim — disse Murbella. — Tentando forçar minha escolha, quando já sabe qual é. Odrade continuou em silêncio. Essa era uma forma de argumento que os antigos Jesuítas tinham quase aperfeiçoado. O simulfluxo se sobrepunha a padrões de disputas: deixe Murbella convencer-se a si mesma. Dê-lhe apenas cutucadas muito sutis. Proporcione pequenas desculpas

E fanfiqueiro brasileiro entendeu muito bem a relação

Moneo mantinha-se apenas dentro da distância prevista, do lado da Carreta de Leto. O Verme encontrava-se muito presente esta manhã — os sinais corpóreos bem evidentes aos olhos de Moneo. Sem dúvida, era a umidade no ar. Isso sempre parecia atrair o Verme. — A religião sempre conduz ao despotismo retórico — disse Leto. — Antes da Bene Gesserit, os jesuítas eram os melhores nisso. — Jesuítas, Senhor?

Vide aí comentário de Tim O'Reilly em sua não-reeditada biografia de Frank Herbert
He does turn against the Nathians. They too anticipate the Bene Gesserit; not trained in esoteric skills, they seek rather to rule than to secretly guide the course of history. However, they do have the matriarchal structure, the breeding program, and the political aims that distinguish the Sisterhood. A likely source for the Nathians is Herbert's childhood. His mother had ten sisters, who were extremely close and shared in his upbringing. Orne's escape from the Nathian influence might be construed--and this is purely conjectural--as reminiscent of Herbert's own escape from the confines of the family matriarchy. More importantly-- and this provides a clue to the eventual amalgamation of the Nathian matriarchy and the Foundation in the Bene Gesserit-- Herbert has described the Bene Gesserit as 'female Jesuits." The aunts overcame Herbert's agnostic father and insisted that the son receive Catholic training. As it turned out, he was taught by Jesuits. An order whose political power and long-term vision silently shaped a great sweep of world affairs, and who were once famed for their training and asceticism, the Society of Jesus bears no small resemblance to the witches of the Imperium. The association in Herbert's mind between the aunts and the Jesuits seems to have stuck, and may have provided the link between the matriarchy and future management in the Bene Gesserit. In the long run, Herbert recalls:

My father really won. I was a rebel against Jesuit positivism. I can win an argument in the Jesuit fashion, hut I think it's flying under false colors. If you control the givens, you can win any argument.

Paul's break with the Sisterhood therefore seems to echo Herbert's own experience rather closely.

A primeira vez em que uma cópia foi remetida pra apreciação de Tolkien foi em 1965 com outra se lhe seguindo no ano seguinte, época da publicação na Inglaterra.

Como bem explicou Douglas Anderson

The other candidate from 1966 is bibliographically confusing, and sometimes erroneously dated to 1965. This is the Ace Books edition of Frank Herbert's Dune, published in hardcover by Chilton in 1965. (Tolkien was sent a copy of the book by its editor at Chilton, Sterling Lanier, an author in his own right and a correspondent of Tolkien's. When the British edition of the book was to be published in 1966, the British publisher Gollancz also sent Tolkien a copy of the book, requesting a blurb. Tolkien declined, saying he found the book too distasteful.)

Mesmo assim, por todos os seus méritos e influência, Arthur Clarke, com razão, proclamou que só o Senhor dos Anéis se comparava com Duna no quesito de amplitude "subcriativa".

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Deceiving Angels... O X- da Questão...

Quem conhece sabe de quem é e do quê eu estou falando...

Múltiplos níveis de significado...

E não sou só eu não...

Sparkly angel I believed

You were my savior in my time of need

Blinded by faith I couldn't hear

All the whispers, the warnings so clear

I see the angels, I'll lead them to your door

There's no escape now, no mercy no more

No remorse cause I still remember

The smile when you tore me apart

You took my heart

Deceived me right from the start

You showed me dreams

I wished they would turn into real

You broke the promise and made me realize

It was all just a lie

Sparkly angel, I couldn't see

Your dark intentions, your feelings for me

Fallen angel, tell me why?

What is the reason, the thorn in your eye?

I see the angels, I'll lead them to your door

There's no escape now, no mercy no more

No remorse 'cause I still remember

The smile when you tore me apart

You took my heart

Deceived me right from the start

You showed me dreams

I wished they would turn into real

You broke the promise and made me realize

It was all just a lie

Could have been forever

Now we have reached the end

This world may have failed you

It doesn't give you reason why

You could have chosen a different path in life

The smile when you tore me apart

You took my heart

Deceived me right from the start

You showed me dreams

I wished they would turn into real

You broke the promise and made me realize

It was all just a lie

Could have been forever

Now we have reached the end

Within temptation é mesmo o bicho da goiaba pra mim...

Nuff said

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A fonte "favorita" de A Favorita!!

Outro dia, pelo mais puro acaso, surpreendido com uma cena randômica no Corujão da Globo, descobri de onde é que, muito provavelmente,João Emanuel Carneiro, o escritor de A Favorita, sacou a cena shakespereana do desmascaramento "teatral" da Flora no clímax do folhetim televisivo.

"Descaradamente" o autor copiou a cena análoga de Cuidado, ela é francesa, filme de 2001!! onde a protagonista escrota, Starla, meio similar ao lado ruim de Donatella no ínicio da novela, expõe a duplicidade de Genevieve que, x tempo depois de ter sido sacaneada pela outra, à la Flora, retorna para se desforrar fazendo-se passar por uma francesa. É "entrada" à francesa por assim dizer.

Num problema parecido com o que houve com o filme recente da Cameron Diaz, Professora sem classe, o resenhista nessa página criticou o filme por esperar que o público tenha empatia pela Starla, a suposta heroína da história, quando sua antagonista, interpretada pela talentosa Piper Perabo, é muito mais engenhosa, alinhada, inteligente e de acordo com os parâmetros da "vítima" que supera adversidade dos filmes em décadas anteriores.

Conclusão: o compasso moral das comédias hollywoodianas está oscilando pro lado oposto.

Voltando a falar do paralelo entre as sequências: a similaridade é gritante, e fiquei espantado ao constatá-la porque inclui ângulos de câmera e elementos cenográficos. Claro que, para dar crédito ao autor global, o contexto é totalmente diferente, deslocado do registro cômico pro trágico/dramático.

Mas, sem dúvida, esse é mais um dos exemplos da máxima usada por Einstein: "o segredo da criatividade é saber esconder suas fontes"...

Mudar, como diz Alan Moore o "registro" de um conceito ou tratamento de um sentido pro outro, da comédia pro drama/tragédia é um dos maiores e mais eficientes macetes da arte da criação artística.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Aracnofobia de Tolkien

Tolkien é,frequentemente, considerado suspeito de ter medo de aranhas, um pavor provocado pelo fato dele ter sido picado por uma tarântula quando era um quase bebê, aos três anos, na África do Sul.

Já adulto, ele disse que isso nada tinha a ver com a idéia dele ter criado Shelob ou Ungoliant e que ele não tinha nenhum medo especial de aranhas e que essa aversão pelos aracnídeos era um atributo de seu filho Michael Tolkien que era, assim, homenageado pelo autor.

Regarding this, Tolkien says in Letters no. 163 (7 June 1955): And if that has anything to do with my being stung by a tarantula when a small child, people are welcome to the notion (supposing the improbable, that any one is interested). I can only say that I remember nothing about it, should not know it if I had not been told; and I do not dislike spiders particularly, and have no urge to kill them. I usually rescue those whom I find in the bath!Humphrey Carpenter says in J.R.R. Tolkien: A Biography:

...when Ronald was beginning to walk, he stumbled on a tarantula. It bit him, and he ran in terror across the garden until the nurse snatched him up and sucked out the poison. When he grew up he could remember a hot day and running in fear through long, dead grass, but the memory of the tarantula itself faded, and he said that the incident left him with no especial dislike of spiders.According to The Annotated Hobbit by Douglas A. Anderson, Tolkien was interviewed on January 15, 1957 by Ruth Harshaw for an American radio show called ‘Carnival of Books’, and said (concerning The Hobbit):

I put in the spiders largely because this was, you remember, primarily written for my children (at least I had them in mind), and one of my sons in particular dislikes spiders with a great intensity. I did it to thoroughly frighten him and it did!Anderson continues:

Throughout his life, Tolkien’s son Michael had what he called “a deep-rooted abhorrence of spiders.”

Entretanto, nos anos sessenta, ao responder indagação de Richard A. Lupoff a respeito da possível influência de dois monstros da série John Carter de Marte sobre Shelob, Tolkien disse que ele tinha por Tarzan ( outra criação de ERB que, óbvio, não tinha NADA a ver com o assunto em pauta) uma aversão AINDA MAIOR do que a que ele tinha por aranhas, o que, claramente sugere que ele TINHA SIM especial repulsa pelos tais bichos.

Huuuummmmmmmmm...

Quanto à suposta influência que foi divulgada pelo Lupoff, ela foi apontada pela primeira vez por um colega Inkling do próprio Tolkien, Roger Lancelyn Green, e, coisa não comentada por ninguém que analisou a anedota ultimamente, foi, muito provavelmente, provocada pelo fato de que Shelob e o Sith compartem características que NÃO SÃO próprias de aranhas ( o que joga por terra o argumento usado por Tolkien pra refutar a similaridade, o de que ele já tinha tido contato com "aranhas" antes de ter lido ERB); as miríades de olhos formando "cachos", enquanto aranhas reais "só" têm quatro pares de olhos e, principalmente, o ferrão de vespa.

Olhando tais particularidades, parece MUITO POUCO PROVÁVEL que Tolkien não tenha sido, pelo menos subconscientemente, como disse o próprio Lancelyn, influenciado pelo visual do Sith, um besouro de Barsoom, o Marte de ERB, que é um monstro quase extinto e que atacava em enxames, assim como as aranhas sobrenaturais de Tolkien que, na Terceira Era, são uma raça em extinção que ataca coletivamente como aconteceu no Hobbit dentro da Floresta Tenebrosa, outra característica não encontrada em aranhas "naturais". ( mais uma similaridade não reconhecida).

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Phil Jimenez's homage to Byrne

Trivia and curiosity to the fans; When Phil Jimenez included a little box giving thanks to John Byrne while including this picture in Wonder Woman vol 2 187 several people assumed that he was referring to a double splash page from Byrne's run presenting Diana x the female Cheetah.

However while I was reading Alpha Flight recently, I think that I' ve stumbled upon the correct referenced image included in Alpha Flight 22.

Take a look.



< A comparatively small picture, put in the end of a page instead of a luscious splash. Apparently, Phil Jimenez thought that the deadly embrace of the two Sasquatchs was demanding a bit more of space and I'm inclined to agree with him.

An interesting metafictional comment: in both the cases a "transmorfic" woman is making use of a divine gift bestowed/stolen in order to mimic/counteract another male shape-changer that has "robbed" a kind of divine power/body.

It brings to mind the extent to which Phil Jimenez's is , indeed, a fan of Alpha Flight's Byrne's classic run.